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# Contextualizando as <br /> propostas didáticas do <br /> Pibid/Matemática/Cascavel {.unnumbered}
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::: autores
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Dulcyene Maria Ribeiro <br />
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Arleni Elise Sella Langer<br />
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Fabiana Magda Garcia Papani^[1](#footnote-3){#footnote-ref-3}^
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As propostas didáticas apresentadas nesta parte 1, são frutos das ações
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dos alunos de iniciação à docência, da professora supervisora e das
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professoras colaboradoras, vinculadas ao Programa Institucional de
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Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), do curso de Matemática, do
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*campus* de Cascavel, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
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(Unioeste). Embora divididas em quatro propostas assinadas por grupos
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distintos, são produções discutidas e elaboradas em conjunto nos
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encontros semanais, portanto é um trabalho colaborativo e compartilhado.
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Essas produções são dissertações a respeito de como materiais
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manipulativos ou jogos podem contribuir para o processo de
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ensino-aprendizagem de conteúdos matemáticos. A escolha por essa
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temática deve-se ao fato de concordarmos com diversos autores em suas
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sustentações de que a aprendizagem também se dá por meio dos órgãos dos
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sentidos, como argumentado por Dienes, por exemplo:
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> As impressões sensoriais que agem sobre nossos órgãos sensoriais
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> durante nossa existência são muito numerosas e variadas. Devemos
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> selecionar tais impressões de algum modo que possamos nos encontrar
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> nesse ambiente de fenômenos extremamente complexo [@dienes_logica_1974, p. 13].
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Também para Lorenzato:
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> A experiência tem mostrado que o Material Didático (MD) facilita a
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> aprendizagem, qualquer que seja o assunto, curso ou idade, o que
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> conflita com a crendice de que MD só deve ser utilizado com crianças [@lorenzato_o_2006, p. 30].
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Cabe destacar que embora seja consenso que o uso de materiais
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manipulativos contribua para a aprendizagem, corroboramos com Lorenzato,
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ao afirmar que:
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> \[\...\] o apelo ao tátil e visual deve manter-se forte, mas os
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> materiais devem visar mais diretamente à ampliação de conceitos, à
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> descoberta de propriedades, à percepção da necessidade do emprego de
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> termos ou símbolos, à compreensão de algoritmos, enfim, aos objetivos
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> matemáticos [@lorenzato_o_2006, p. 9].
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Percebe-se, pela citação mencionada acima, que não basta apenas haver um
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espaço físico, a disponibilidade de materiais e até a boa vontade de um
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docente ou estagiário. Há outras condições necessárias, especialmente
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envolvendo o planejamento e a fundamentação teórica adequada, sem os
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quais um trabalho com materiais, apesar de interessante, pode não
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produzir os efeitos esperados quanto à aprendizagem significativa.
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Refletir e discutir a respeito dessa problemática justifica empreender
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esse trabalho coletivo. Lorenzato coloca ainda que:
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> Convém termos sempre em mente que a realização em si de atividades
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> manipulativas ou visuais não garante a aprendizagem. Para que esta
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> efetivamente aconteça, faz-se necessária também a atividade mental,
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> por parte do aluno [@lorenzato_o_2006, p. 21].
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Assim como asseveramos para os materiais manipulativos em geral, o uso
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de jogos requer o mesmo cuidado. Mota (2009), em sua pesquisa
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desenvolvida em Portugal, menciona que há um número reduzido de
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professores que utiliza jogos no processo de ensino-aprendizagem, a
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autora sustenta que:
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> Entre os que fazem uso deste recurso, alguns não exploram devidamente
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> as potencialidades pedagógicas do jogo, esquecendo que são estas que
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> contribuem muito para a aprendizagem dos conceitos matemáticos [@mota_jogos_2009, p. 6].
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Para Borin [-@borin_jogos_2004], jogos podem contribuir como motivadores no processo
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de ensino-aprendizagem, atuando também como facilitadores no
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"desenvolvimento da linguagem, criatividade e raciocínio dedutivo,
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exigidos na escolha de uma jogada e na argumentação necessária durante a
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troca de informações" [@borin_jogos_2004, p. 8].
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Considerando que as atividades do subprojeto aconteceram praticamente
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todas no formato remoto, sejam as reuniões semanais com o grupo, sejam
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as ações na escola, a produção desses materiais foi mais uma das ações
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que foi realizada quase totalmente à distância. A produção se mostrou
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determinante para que os acadêmicos bolsistas e voluntários assumissem a
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preparação de atividades, visando a utilização em sala de aula, já que
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em um primeiro momento pensávamos que tais atividades pudessem ser
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usadas nas aulas que aconteciam de modo remoto. Depois, com o passar do
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tempo, percebemos que tal ação não seria possível, já que as aulas na
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escola passaram a ser presenciais, mas os alunos de iniciação à
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docência, porém, não tinham permissão para frequentá-las.
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Mesmo remotamente, cada grupo que acompanhava a professora supervisora
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em dias e turmas diferentes, elegeu conteúdos que naquele momento eram
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abordados na turma em que atuavam. Como dito anteriormente, as propostas
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apresentadas focam no uso de materiais manipulativos e jogos, sendo
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abordadas de diferentes formas e destacando diferentes conteúdos
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matemáticos. O objetivo da proposta 1 consistiu em promover a
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compreensão das operações de adição e subtração de números inteiros, por
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meio de jogos. A proposta 2 apresenta o uso do jogo para trabalhar com
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equações. Atividades que auxiliam no ensino-aprendizagem da linguagem
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algébrica foram abordadas na proposta 3. A proposta didática 4 sugere a
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construção de um astrolábio caseiro e a utilização de tal instrumento na
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simulação do trabalho de agrimensores, geógrafos e/ou astrônomos para
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ensinar trigonometria. Ela propõe ainda a inserção do uso de planilhas
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eletrônicas como ferramenta de ensino, em particular no ensino da
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trigonometria, conteúdo predominantemente abordado.
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A ideia foi preparar atividades que pudessem ser executadas em ambos os
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formatos de aulas: presencial ou remoto. Nesse sentido, cabe recordar a
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visão de Reys [1971, *apud* @nacarato_eu_2005, p. 3] quando afirma que objetos concretos são:
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"objetos ou coisas que o estudante é capaz de sentir, tocar, manipular e
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movimentar. Podem ser objetos reais que têm aplicação no cotidiano ou
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podem ser objetos usados para representar uma ideia".
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Estas atividades não foram aplicadas em sala de aula, porém, a
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elaboração permitiu muito aprendizado para os alunos de iniciação à
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docência. As dificuldades no estabelecimento dos objetivos, da
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metodologia a ser utilizada, da melhor forma de apresentar a atividade e
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suas etapas, entre outras tarefas, geraram inúmeras reescritas dessas
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propostas.
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A elaboração, a apresentação de cada proposta para os demais grupos e a
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inserção na escrita científica foram elementos que promoveram
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aprendizado e corroboraram com um dos objetivos do Pibid que é aprimorar
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a capacidade leitora e de produção textual -- oral e escrita -- por
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parte dos alunos bolsistas.
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Convém ressaltar que antes da elaboração desses materiais, o grupo se
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dedicou ao estudo dos documentos oficiais que regem a educação
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brasileira, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e dos
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documentos estaduais como o Referencial Curricular do Paraná e o
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Currículo Estadual Paranaense (CREP).
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As leituras e correções do material elaborado pelos bolsistas foram
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realizadas pelas professoras supervisora e colaboradoras, sempre
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agregando sugestões de melhoria ao texto, além de leituras que pudessem
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amplificar a temática sobre a qual versavam as propostas.
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Entendemos que esta ação contribuiu com o processo de aquisição do
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conhecimento necessário para ser um professor e oportunizou aos alunos
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de iniciação à docência, acréscimos importantes em suas formações, com o
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objetivo primordial de motivá-los à continuidade e ao comprometimento
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com a docência.
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## Notas
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1. ::: {#footnote-3}
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Professoras do curso de Matemática, lotadas no Centro de Ciências
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Exatas e Tecnológicas (CCET), da Universidade Estadual do Oeste do
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Paraná (Unioeste), *campus* de Cascavel. Coordenadora e
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colaboradoras de Área do Subprojeto Interdisciplinar
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Matemática/Química, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
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à Docência (Pibid), da Unioeste. E-mail:
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dulcyene.ribeiro@unioeste.br; <arlenisella@hotmail.com>,
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fabiana.papani@unioeste.br. [↑](#footnote-ref-3)
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## Referências |